Eram mais de 1.650 pessoas em Massabieille. Com maior dificuldade Bernadete chegou ao "seu local".
Na Aparição a Senhora disse:
- "Vai dizer aos sacerdotes que tragam o povo aqui em procissão e Me construam uma Capela".
Por essa razão, mais tarde em companhia das tias Bernarda e Basília , foram encontrar-se com o Abade Peyramale, para levar-lhe a notícia.
0 Senhor Abade era um homem severo, de caráter íntegro e muito exigente na observância do direito e da ordem. Já tinha ouvido os comentários sobre Bernadette e as Aparições na gruta, assim como as notícias de curas e os comentários maldosos do jornal local. Não se decidira sobre os fatos, mesmo porque não dispunha de elementos que lhe oferecesse condições de optar. Intimamente aceitava com simpatia a possibilidade da Aparição ser verídica, em face dos muitos comentários favoráveis. Mas na sua posição, não podia considerar comentários e nem indícios, era preciso haver alguma coisa sólida, que se mostrasse de modo concreto, para que pudesse apreciar os acontecimentos. E apesar de possuir um coração bondoso e paternal, o momento exigia que procedesse com cautela, até com rudeza, se fosse necessário, para deixar aparecer a verdade transparente.
- "És tu que vais à gruta"?
- "Sim, Senhor Abade".
- "E dizes que vês a Santíssima Virgem"?
- "Eu não disse que era a Santíssima Virgem".
- "Então quem é essa Senhora"?
- "Eu não sei".
- "Ah, tu não sabes! Mentirosa! E no entanto esses que fazes correr atrás de ti dizem e o jornal imprime, que tu pretendes ver a Santíssima Virgem. Então o que é que tu vês"?
- "Qualquer coisa que parece uma Senhora".
- "Ora essa! Uma Senhora! Uma procissão"!
Aborrecido olha para as duas tias que a acompanha e lembra-se que elas conceberam antes de se casarem, e desabafa:
- "Que desgraça ter uma família destas que faz a desordem na cidade! Desapareçam daqui imediatamente"!
As três saíram o mais depressa que puderam e imaginem o tamanho do "apuro"... Disse Bernadete:
- "Não me apanham mais a vir à casa do Senhor Abade" !
Mas, logo que caminharam alguns passos, lembrou-se que não tinha transmitido toda a mensagem ao Senhor Abade. Esquecera-se de falar na "Capela". Quis voltar, mas as tias protestaram:
- "Não contes comigo! Tu põe-nos doentes"!
Depois de muito procurar, conseguiu que Dominiquette Cazenave a acompanhasse. Marcaram uma entrevista para às 19 horas. Estavam lá além do Abade Peyramale os Padres Péne, Serres e Pomian (o confessor dela). Transmite a segunda parte do recado:
- "Vai dizer aos sacerdotes para construírem aqui uma Capela".
- "Uma Capela? Como para a procissão? Estás certa disso" ?
-"Sim, senhor Abade, estou certa".
- "Ainda não sabes como ela se chama"?
- "Não , Senhor Abade".
- "Pois bem, é preciso perguntar-lhe".
Depois de responder mais algumas perguntas dos outros padres, despediu-se, e com sua acompanhante voltou para casa.
No dia seguinte mais de 3.000 pessoas a aguardavam na gruta. A multidão rezava ansiosa desde muito cedo. Mas a Visão não apareceu. E como nos dias 22 e 26 de fevereiro, regressou perturbada.
Todavia, neste mesmo dia, mais à tarde, voltou à gruta e desta vez encontrou-se com a Visão.
Ao regressar à cidade, foi conversar com Peyramale:
- "Senhor Abade, a Senhora sempre quer a Capela ".
- "Perguntaste-lhe o nome"?
_ "Sim, mas ela apenas sorriu".
- "Troça valentemente de ti". - Faz uma pausa e depois diz: - "Pois bem, se ela quer a Capela que diga o seu nome e faça florir a roseira da gruta. E então nós mandaremos construir uma Capela e não será muito pequena, será muito grande".
Fonte: www.derradeirasgracas.com
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